quinta-feira, 18 de outubro de 2012

camiseta the Cure
camiseta the Cure

The Cure é uma banda de rock inglesa formada em 1976 em CrawleyInglaterraRobert Smith é o líder da banda e único elemento constante desde a sua formação, além de se manter responsável sozinho por sua direcção musical, sendo produtor, cantor, compositor e multi-instrumentista.
Aclamados no final dos anos 1980 e princípio da década seguinte, com diversos álbuns que alcançaram grande exposição e popularidade, passaram a ser negligenciados pela imprensa na segunda metade dos anos 1990. Com a chegada do novo século, a banda foi reconhecida mundialmente como uma das mais influentes do rock alternativo moderno. Várias canções dos The Cure tornaram-se sucesso nas rádios, tais como Just Like HeavenClose To Me, ou Friday I'm in Love, com indicações e ganhos em prémios, e o grupo havia vendido até 2004 mais de 30 milhões de cópias no mundo todo,[2] com 1.1 milhão de vendas certificadas somente no Reino Unido,[3] sendo uma das bandas alternativas de maior sucesso da história.[2] Em Outubro de 2008 a revista britânica NME anuncia a atribuição do prémio 'Godlike Genius' à banda, em forma de reconhecimento pela contribuição para a música alternativa e pela sua extraordinária carreira.[4]


História

[editar]Formação e Three Imaginary Boys (1973 - 1979)

A primeira formação do que viria a tornar-se os The Cure chamava-se The Obelisk e era composto por estudantes da Notre Dame Middle School de CrawleySussex. O grupo fez seu debute público em abril de 1973 e contava com Robert Smith no piano, Michael Dempsey e Marc Ceccagno na guitarra, Laurence "Lol" Tolhurst na percusssão e Alan Hill no baixo.[5] Em Janeiro de1976, após deixar os Obelisk, Marc Ceccagno forma os Malice com Robert Smith, agora também na guitarra, e Michael Dempsey, que passou a baixista, juntamente com outros dois companheiros de turma da St. Wilfrid's Catholic Comprehensive School.[6] Ceccagno abandonou pouco depois o projecto para formar uma banda de Jazz-rock fusion chamada Amulet.[6][7] Pouco tempo depois, Lol Tolhurst, dos Obelisk, e Porl Thompson, já bastante conhecido na região pelas suas aptidões,[8] entram para os Malice na bateria e guitarra solo, respectivamente.[6] Após várias tentativas para conseguirem um novo vocalista, Peter O'Toole assumiu a posição.[7] Neste período faziam releituras de David BowieAlex HarveyJimi Hendrix, entre outros e começaram também a escrever o seu próprio material.[6]
Em Janeiro de 1977, após alguns concertos pouco satisfatórios e por estarem crescentemente a serem influenciados pelo surgimento do punk rock, os Malice passaram a ser conhecidos comoEasy Cure,[9] nome retirado de uma canção de Lol Tulhurst.[10] No mesmo ano, ganharam um concurso de talentos promovido pelo selo alemão Hansa Records e receberam um contrato de gravação. Apesar da banda ter gravado faixas para a editora, nenhuma foi lançada.[11] Em Setembro do mesmo ano, Peter O'Toole abandonou o grupo e Smith assumiu o papel de vocalista.[6][12]Seguindo desavenças em Março de 1978 sobre a direcção que a banda deveria tomar - tendo o grupo rapidamente percebido que ganharam o concurso não pelo seu valor, mas pela sua imagem,[7] o contrato com a Hansa foi desfeito.[13] Smith mais tarde lembrou "Nós éramos muito jovens. Eles simplesmente pensaram que nos podiam transformar num grupo adolescente. Na verdade eles queriam que nós fizéssemos releituras e nós sempre recusávamos".[11]
O coreto de Crawley onde os The Cure fizeram um dos seus primeiros concertos e que se pode ver no vídeo Staring At The Sea - The Images
Robert Smith deixa de achar piada ao nome da banda e muda-o para The Cure, pois soava-lhe demasiado "West Coast".[14] Entretanto Robert Smith começa também a não gostar dos solos de Porl, pois pretendia um som cada vez mais minimalista, daí que em pouco tempo Porl Thompson também abandonaria o projecto.[13]
Cquote1.svgTodos os grupos que gostávamos tinham o "the" antes do nome da banda, mas The Easy Cure soava estúpido, então mudamos o nome para The Cure. Chateou alguns dos nossos antigos fãs mas…bom, aí está… eu pensei que The Cure era mais "aquilo".[15]Cquote2.svg
— Robert Smith, Ten Imaginary Years, 1988
Nesta altura os The Cure passam a ser um trio composto apenas por Robert na voz e guitarra, Michael Dempsey no baixo e Lol Tolhurst na bateria. Enviam as suas demos a todas as maiores editoras, mas não obtêm qualquer resposta, excepto do A&R da PolydorChris Parry. .[7]Após uma longa conversa, com vários copos à mistura, assinam um contrato com Parry mas não pela Polydor, mas pela sua própria editora que acabara de criar, a Fiction Records, tornando os The Cure a primeira banda a assinar por esta editora.[16]
O primeiro single da banda, "Killing an Arab" é lançado no Natal de 1978, single esse que é bem recebido pela crítica inglesa sem no entanto deixar de criar polémica junto de pessoas menos informadas que pensaram que a música teria conteúdo racista, mas a música era uma homenagem ao livro L'étranger, de Albert Camus, onde acontece o mesmo fato descrito na música.[17] O primeiro álbum, Three Imaginary Boys, só sai em Junho de 1979, e foi igualmente recebido com muito boas críticas, ao ponto de apelidarem os The Cure de "os novos Pink Floyd" (do período de Syd Barrett).
No entanto o som que caracteriza o álbum, ainda com algumas influências punk, músicas rápidas e directas, já não são a imagem do Robert Smith desta altura mas sim de um Robert do passado, do período Easy Cure.[18] A capa original deste álbum tem a particularidade de não ter imagem alguma da banda mas sim três objectos comuns a representar a banda (candeeiro, aspirador e um frigorífico) e não ter o nome das músicas, apenas umas imagens relacionadas com cada uma delas, criando um certo mistério em torno da banda.[19] Mas o que Chris Parry queria demonstrar com esta atitude era que a banda valia pela sua música e não pela sua imagem. Nesta altura eles queriam demonstrar que eram apenas simples pessoas a fazer música, sem qualquer tipo de imagem.[20]

Cquote1.svgO meu problema com os Cure era, aqui estava uma banda sem imagem mas com uma música forte, então eu pensei "vamos fazê-lo completamente sem uma imagem" em vez de ir pelo típico, sangue, macabro e violento que estava em voga para as capas de álbuns desta altura. Eu pensei, "vamos fazê-lo completamente desapaixonados, vamos escolher as três coisas mais mundanas que possamos encontrar."[15]Cquote2.svg
— Chris Parry, Ten Imaginary Years, 1988
Cquote1.svgEu nem gostei do álbum. Nem sequer pensei que soasse a The Cure de todo. Muitas pessoas disseram que gostavam da sua diversidade mas essa é exactamente a razão que eu não gostei do álbum. Soa como uma compilação ou algo parecido[15]Cquote2.svg
— Robert Smith, Ten Imaginary Years, 1988
Começam a tournée de promoção ao álbum e pouco depois são convidados para serem a banda de suporte para a banda Siouxsie & The Banshees..[7] Após uma invulgar deserção no seio desta banda em plena tournée, Robert Smith oferece-se para o lugar de guitarrista até ao fim desta e passaria a fazer os dois sets, tanto pelos Cure como pelos Banshees.[21]
Editam o single "Boys Don't Cry" em Junho que não obtém o sucesso esperado.[22]
O terceiro single dos The Cure, "Jumping Someone Else's Train" foi lançado no começo de Outubro de 1979.[22] Pouco após, Dempsey foi expulso da banda pela sua fria recepção ao material que Smith havia escrito para o álbum seguinte.[23] Dempsey juntou-se aos The Associates, enquanto o baixista Simon Gallup e o teclista Matthieu Hartley da banda de post-punk/new wave de Horley, The Magspies, se juntaram aos The Cure.[24] Os The Associates seriam a banda de abertura para os The Cure inicialmente e The Passions na turnée inglesa Future Pastimes entre Novembro e Dezembro, com a nova formação dos Cure já a tocar algumas canções do projectado segundo álbum.[25] Enquanto isso, uma banda paralela formada por Smith, Tolhurst, Dempsey, Gallup, Hartley e Thompson, com vozes de apoio de família e amigos, e com o carteiro local, Frankie Bell, a vocalista, lançaram um single de 7 polegadas em Dezembro sob o nome presumido de Cult Hero.[26]

Período obscuro (1980 - 1982)

Após a gravação deste primeiro álbum, Robert inicia pouco depois a gravação do período mais "negro" dos The Cure; a trilogia, Seventeen SecondsFaith e Pornography. Este período é considerado por uma parte consideravel de fãs como a melhor fase da banda, na qual foram produzidas canções belas e soturnas como "A Forest", "Play For Today", "Primary", "All Cats Are Grey", "Faith", "Charlotte Sometimes", "One Hundred Years", "The Figurehead" ou "A Strange Day". À ilusão do Seventeen Seconds, segue-se a letargia do desespero em Faith. Todo esse desespero e emoções contidas transformam-se em raiva, ódio e num desespero ainda mais exacerbado em Pornography, tornando este álbum um marco para a música alternativa.
Cquote1.svgTomamos conta da Fiction e recusamos deixar entrar alguém…Não conseguia lembrar-me do que tinha feito ou onde tinha estado. Eu perdi verdadeiramente contacto com o que era realidade por um par de meses.[15]Cquote2.svg
— Robert Smith, acerca das gravações de Pornography, Ten Imaginary Years, 1988
Robert Smith, que estava insatisfeito por não ter o controlo sobre certos aspectos, nesta altura passou a tomar as rédeas de todo o processo criativo e co-produziu Seventeen Secondsjuntamente com Mike Hedges.[27] A Forest foi o primeiro single dos Cure a entrar no top de singles do Reino Unido, e foi a primeira música que se pôde ouvir deste novo período.[28] Bastante diferente do que tinha sido feito anteriormente, é no entanto, a essência deste novo período e mesmo de toda a carreira.
Após a tournée de 1980, Matthieu Hartley deixa a banda. Hartley afirmou, "apercebi-me que a banda estava a ir numa direcção suicida, música sombria - do tipo que não me interessava de maneira nenhuma".[29]
Em 1981, satisfeitos com o ambiente reproduzido por Mike Hedges, gravam novamente com este produtor, desta vez o álbum Faith, que consegue levar mais adiante o ambiente depressivo presente no álbum anterior.[30]
Na Picture Tour de 1981 os concertos assemelhavam-se a cerimónias religiosas, com uma atmosfera altamente depressiva ao ponto da audiência não aguentar e provocar graves tumultos.[31]Nesta turnê, antes dos concertos, em vez de uma banda de suporte, apresentavam o filme Carnage Visors de Ric Gallup (irmão de Simon Gallup), um filme animado que criava a atmosfera pretendida para o início do concerto.[28] Robert Smith vivia tão obsorvido neste ambiente depressivo, que em certas ocasiões chegava a terminar os concertos em lágrimas; já para o fim da tournée recusava-se a tocar músicas do primeiro álbum.[32]
Cquote1.svgEu não me apercebi do efeito que teria na banda. Eu pensei que poderiamos juntar as músicas quando tocassemos ao vivo e as outras canções iriam criar um equilibrio, mas acabou por afectar todos. Aquelas canções tiveram um efeito negativo em nós - quanto mais as tocavamos, mais deprimidos e desolados ficavamos.[15]Cquote2.svg
— Robert Smith, acerca do álbum Faith, Ten Imaginary Years, 1988
York House Gardens, local onde foi gravado o videoclipe para "The Hanging Garden", do álbumPornography.
Em 1982 editam um dos álbuns mais importantes da banda, Pornography, que é o pico deste período mais sombrio da banda. Este é o álbum que aponta a transição da banda para o estilo rock gótico,[33] [34] demonstrando uma sonoridade típica do pós-punk, mas muito mais próxima do gótico. Um álbum gravado no limite da lucidez já muito perto da insanidade, provocada por vários excessos, sendo o mais evidente o consumo desmesurado de todo o tipo de drogas.[35] Este comportamento por parte de todos os membros da banda, torna-os demasiado frios e distantes e iria criar problemas entre eles em pouco tempo.[36] Este álbum inicia com a linha, "It doesn't matter if we all die" ("Não interessa se todos morrermos"), que define exactamente o pensamento da banda nesta altura. O desespero e o ódio presente no álbum pode ser abreviado pela concisão dessas primeiras palavras que ouvimos neste álbum.
Apesar das preocupações legítimas quanto a este álbum não ter um som comercial, é o primeiro álbum da banda a atingir o top 10 no top doReino Unido, atingindo o oitavo posto.[37]
Nesta altura começam também a alterar a sua postura de não-imagem e encetam uma mudança no seu visual na digressão do álbumPornography. Pintam os olhos com batom (que com o suor dava uma sensação de estarem a sangrar dos olhos) e começam a deixar crescer o cabelo duma forma desgrenhada.[38]
Vivia-se um ambiente de "cortar à faca" dentro da banda e os concertos eram feitos quase sem qualquer diálogo entre os membros. Este período, que levou os membros da banda ao limite das suas capacidades físicas e psíquicas, culminou em cenas de pancadaria entre Simon Gallup e Robert Smith em plena tournée de 1982.[39] Os The Cure como eram conhecidos até então tinham acabado. No fim da tournée a banda tinha acabado, apesar de oficialmente, o fim nunca ter sido confirmado.[40] Simon Gallup estava fora da banda..[7]
Cquote1.svgNa tournée do Faith, comecei a ler livros sobre insanidade, psiquiatria, asilos, bom, saúde mental em geral. Eu pensei no tipo de existência que as pessoas devem ter quando estão internadas, a maneira como são tratados e eu pensei, se eu estivesse sozinho, aquilo podia acontecer-me. Em vez de cantar para uma audiência, eu poderia encontrar-me a cantar para uma parede[15]Cquote2.svg
— Robert Smith, sobre o que o inspirou para gravar Pornography, Ten Imaginary Years, 1988





http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Cure

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