Bares – O Melhor de São Paulo 2011/2012
Os vencedores de melhor chope, drinques e coxinha entre outras categorias
O MELHOR DE SÃO PAULO http://www.camisasmyway.com.br/
CHOPE
Cervejaria Nacional
Cervejaria Nacional
De bandeja na mão e sem pedir licença, o garçom coloca mais uma bolacha sobre a mesa, empurrando outro chope enquanto o seu ainda está pela metade. A cena parece familiar? Ela se repete todos os dias (e noites) da semana, em bares onde a cremosidade do colarinho e a temperatura são às vezes os únicos indicadores de qualidade. Aberta em maio, na movimentada Pedroso de Morais, em Pinheiros, a Cervejaria Nacional chegou com potencial para chacoalhar esse cenário. Misto de bar e microcervejaria, o espaço tem paredes de tijolo, concreto aparente, um comprido balcão de madeira e escadas metálicas ligando os três andares. A trilha sonora pode emendar “Alvorada”, do sambista Cartola, com uma versão jazzística de “Material girl”, de Madonna, na voz da cantora Cassandra Beck. De uniforme cáqui, a garçonete pergunta: “O senhor quer água gelada ou natural?”. Numa prática cada vez mais comum na cidade, a água é cortesia – e serve para evitar a embriaguez e limpar o paladar para o próximo chope. Há cinco tipos, todos produzidos na casa: Domina (chope weiss, à base de trigo e ligeiramente ácido); Y-îara (um pilsen mais amargo do que a média); Mula (no estilo india pale ale, com amargor cítrico e maior presença de lúpulo); Kurupira (brown ale, suavemente amargo e com fundo adocicado); e Sa’si (stout, escuro, com malte torrado). Eles vêm identificados por ícones coloridos no cardápio, que sugere harmonizações com petiscos. As coxinhas de pato (R$ 14, três unidades; R$ 26, seis unidades), por exemplo, vão bem com o Mula e o Sa’si. É possível prová-los em sequência pedindo o sampler: cinco copinhos de 160 mililitros num suporte de madeira (R$ 14). Mas se você estiver sozinho, evite esse kit-degustação – a bebida vai esquentar antes do fim. Melhor ficar com o copo-padrão, de 330 ml (R$ 6 a R$ 8). Nas quartas, até 21h, e aos domingos (a noite toda), cada chope dá direito a outro igual. R. Pedroso de Morais, 604, Pinheiros, tel. 3628-5000, cervejarianacional.com.br
É o melhor porque
Fabrica e serve cinco chopes saborosos – para limpar o paladar entre um e outro, a água é cortesia
Fabrica e serve cinco chopes saborosos – para limpar o paladar entre um e outro, a água é cortesia

NO ALTO DO PÓDIO O chope Kurupira (no estilo brown ale), um dos cinco tipos produzidos pela Cervejaria Nacional. Foto: Felipe Gombossy/Época SP
Escolha do leitor
BAR LÉO
BAR LÉO
O chope Brahma ainda é famoso neste bar, um dos mais tradicionais da cidade. Na ativa desde 1940, faz sucesso também por seus canapés no pão preto, como o de copa com pasta de gorgonzola. R. Aurora, 100, República, tel. 3221-0247, barleo.com.br
PARA BEBER UÍSQUE
São Pedro São Paulo
“Só se atinge o patamar da normalidade após o terceiro uísque.” Atribuída a Humphrey Bogart, a frase consta na carta de bebidas do São Pedro São Paulo, no Itaim. Estantes de madeira escura e lustres de ferro com tubos fluorescentes cobertos por uma película fosca, amarelada, dão ao bar um aspecto “adulto” que afasta gente com menos de 35 anos. A carta lista 53 rótulos, mais uns 20 “sob consulta”, porém anda um pouco desatualizada. A dica é se erguer da mesa e dar uma espiada nas prateleiras envidraçadas, onde, em meio a licores e conhaques, despontam as garrafas de scotch e bourbon. Há doses a partir de R$ 16, mas quem estiver disposto a investir um pouco (ou muito) mais será recompensado. Entre as preciosidades encontram-se o suave Glenfiddich Ancient Reserve (R$ 42), versão do puro malte escocês envelhecido 18 anos, e o Jack Daniel’s Single Barrel (R$40),rótulo premium da destilaria do Tennessee,de sabor fragrante, com notas frutadas. R. Dr. Renato Pais de Barros, 137, itaim bibi, tel. 3079-4028,saopedrosaopaulo.com.br
São Pedro São Paulo
“Só se atinge o patamar da normalidade após o terceiro uísque.” Atribuída a Humphrey Bogart, a frase consta na carta de bebidas do São Pedro São Paulo, no Itaim. Estantes de madeira escura e lustres de ferro com tubos fluorescentes cobertos por uma película fosca, amarelada, dão ao bar um aspecto “adulto” que afasta gente com menos de 35 anos. A carta lista 53 rótulos, mais uns 20 “sob consulta”, porém anda um pouco desatualizada. A dica é se erguer da mesa e dar uma espiada nas prateleiras envidraçadas, onde, em meio a licores e conhaques, despontam as garrafas de scotch e bourbon. Há doses a partir de R$ 16, mas quem estiver disposto a investir um pouco (ou muito) mais será recompensado. Entre as preciosidades encontram-se o suave Glenfiddich Ancient Reserve (R$ 42), versão do puro malte escocês envelhecido 18 anos, e o Jack Daniel’s Single Barrel (R$40),rótulo premium da destilaria do Tennessee,de sabor fragrante, com notas frutadas. R. Dr. Renato Pais de Barros, 137, itaim bibi, tel. 3079-4028,saopedrosaopaulo.com.br
PÃO DE QUEIJO DE BOTECO
Empório Sagarana
Empório Sagarana
Pequeno e acolhedor, o Empório Sagarana é um enclave mineiro na Vila Romana. Nas prateleiras, potes de geleia e compota, sacos de farinha de milho e garrafas de cachaça dão uma cara de armazém interiorano ao boteco, que pertence ao casal Paulo Leite e Priscila Vieira, natural de Alfenas, sul de Minas. Ele cuida do salão e ajuda os fregueses a se guiarem entre os 100 rótulos da carta de cervejas. Ela comanda a cozinha, de onde sai a porção de sanduichinhos de pão de queijo recheados com pernil (R$ 20), com quatro unidades grandonas do salgado. A massa é feita na casa, seguindo uma receita da avó de Priscila, que mistura queijo canastra e polvilhos doce e azedo. Depois de irem ao forno, eles recebem uma rodela de tomate e o ingrediente principal: uma fartura de pernil desfiado, bem molhadinho… Para harmonizar, prove uma rauchbier, à base de malte defumado – como a deliciosa Schlenkerla (R$ 34), produzida em Bamberg, na Alemanha, onde se originou esse estilo. R. Marco Aurélio, 883, Vila Romana, tel. 3539-6560,emporiosagarana.com.br
ALHEIRA
Cervejaria Nacional
Cervejaria Nacional
Diz a lenda que a alheira foi uma invenção dos cristãos-novos, judeus convertidos à força ao cristianismo, que para manter suas tradições judaicas e driblar a vigilância da Inquisição criaram um embutido com recheio de pão (e tempero de alho), sem carne de porco. Certo é que ela surgiu na região de Trás-os-Montes, norte de Portugal – e que, consumida em outros círculos, incorporou a carne suína. A linguiça está presente em muitos bares de São Paulo, mas o modo como vem à mesa varia um bocado: frita ou grelhada, com carne de porco ou frango, textura rústica ou recheio pastoso, tempero discreto ou enjoativo… Levada à frigideira, a alheira da Cervejaria Nacional é servida com uma casquinha crocante, sequinha, que preserva um recheio consistente. Pedaços de gordura incrementam a massa de pão e carne suína, com um leve toque defumado e gosto de alho persistente, mas não excessivo. Acompanham vinagrete e limão-cravo. R. Pedroso de Morais, 604, Pinheiros, tel. 3628-5000, cervejarianacional.com.br
PARA COMER
Bar da Dona Onça
Bar da Dona Onça
No comecinho de fevereiro, num episódio que causou bafafá no meio gastronômico, o chef Jefferson Rueda saiu brigado do comando do Pomodori, no Itaim. Enquanto não redefine o futuro profissional (há planos para a abertura de um novo restaurante), ele vem dividindo a cozinha do Bar da Dona Onça, no térreo do Edifício Copan, com sua mulher e sócia, a chef Janaína Rueda. A chegada de Jefferson rendeu novidades. Já no fim daquele mês, a clientela podia provar o codeguim (R$ 42): uma linguiça de nome caipira (variação do italiano cotechino), feita na casa com carne de porco e colágeno da papada do animal – que dá uma textura deliciosamente gelatinosa à iguaria, trazida na panelinha de ferro com lentilhas, tomate e pimenta biquinho. O casal Rueda nutre uma paixão em comum pela carne suína, comprada de dois pequenos fornecedores (um em Ibiúna e outro em Sorocaba) e que aparece ainda em sugestões como o prato mais vendido do Dona Onça, o stinco de leitoa (R$ 49), um corte colossal da panturrilha do bicho; e, claro, na fabulosa feijoada (R$ 46 a versão individual; R$ 79 para duas pessoas), servida aos sábados com costelinha frita, tartar de banana, salada de couve e legumes (abóbora e maxixe) cozidos no caldo do feijão. Também em fevereiro, Jefferson e Janaína inauguraram – no segundo andar do imóvel, acima da cozinha – uma pequena sala de massas (antes, parte delas vinha pronta do Pomodori). Há uma opção por dia, como o tortelloni de ricota de búfala ao molho de pancetta e espinafre (R$ 40) preparado às quartas-feiras. Fixo no cardápio, o ravióli integral ao creme de grana padano (R$ 46) vem coberto pelo opulento molho do queijo, cujo sabor intenso, salgado na medida, não chega a ofuscar a delicadeza do recheio de batata e cebolas caramelizadas. Permanecem no menu receitas que já se tornaram clássicos da casa. Por exemplo, a macia língua bovina (R$ 42), com molho madeira, champignons e purê de batata; a minirrabada (R$ 32) marinada com cenoura, salsão e cebola e cozida na pressão, com molho de tomate; e o perfumado cassoulet de frutos do mar (R$ 52), que traz camarão, lula, vôngole, mexilhões, ervilhas, tomate, curry e creme de leite. Av. Ipiranga, 200, República, tel. 3257-2016.
É o melhor porque
Ganhou uma sala de massas, delícias como o codeguim e a presença do chef Jefferson Rueda (ex-Pomodori)
Ganhou uma sala de massas, delícias como o codeguim e a presença do chef Jefferson Rueda (ex-Pomodori)

A TOCA DA ONÇA O ambiente do bar-restaurante de Janaína Rueda, instalado no térreo do Edifício Copan. Foto: Felipe Gombossy/Época SP
Escolha do leitor
LA TAPA!
LA TAPA!
Patatas bravas (batatas com molho picante), alitas de pollo (asinhas de frango à passarinho) e gambas al ajillo (camarões cozidos no azeite) estão entre as tapas servidas no pequenino bar de ambientação ibero-moderninha. R. Serra do Japi, 560, Tatuapé, tel. 2227-1776, latapa.com.br
DRINQUES
SubAstor
SubAstor
No subsolo, um lance de escada abaixo do salão do Astor, a hostess avisa: “Não tem mesa vaga, só lugar no balcão”. Detrás das cortinas de veludo, misturada ao burburinho do público, vem a canção dos Rolling Stones, “You can’t always get what you want” – você não pode ter sempre o que você quer. Mas às vezes, tudo que você quer é um cartão de crédito e um lugar no balcão do SubAstor. Feito de alabastro translúcido, com iluminação embutida, ele (o balcão) mede 12 metros de comprimento e comporta 14 pessoas. Do outro lado, com camisa e colete negros e gravata vermelha, o time de barmen mistura cortesia no atendimento e precisão no preparo dos coquetéis. Puxar papo com um deles dá a chance de provar drinques que não estão no cardápio – produzido no sul da Escócia, o gim Hendrick’s é utilizado numa variante do gim tônica, com quatro talos grandes de pepino e twist de limão siciliano. Prevista para a primeira quinzena de setembro, a nova carta vai classificar as receitas como cítricas, herbáceas, frutadas, picantes ou meio amargas – e as dividirá em três fases cronológicas: de 1830 a 1921, dos primórdios da coquetelaria à Lei Seca; de 1922 a 2009, dos speakeasies americanos à mixologia contemporânea; e da inauguração do SubAstor, em 2009, até hoje. Cerca de 30 dos 55 coquetéis do menu atual serão retirados, para entrada de outros 15, aproximadamente. Entre os que ficam estão o gypsy martini (vodca, eau de vie Poire Williams, purês de pera e de uvas com manjericão) e a foam margarita (tequila, espuma de Cointreau, flor de sal e suco cítrico). De volta à carta, o rosemary frost leva gim, licor de maçã verde, purê de maçã, maracujá e alecrim.
Os preços não haviam sido divulgados até o fechamento desta edição. R. Delfina, 163, Vila Madalena, tel. 3815-1364.
Os preços não haviam sido divulgados até o fechamento desta edição. R. Delfina, 163, Vila Madalena, tel. 3815-1364.
É o melhor porque
Tem uma atmosfera cool e barmen que jamais deixam passar pedrinhas de gelo pra dentro da taça do seu martíni
Tem uma atmosfera cool e barmen que jamais deixam passar pedrinhas de gelo pra dentro da taça do seu martíni
Escolha do leitor
SUBASTOR
SUBASTOR

BANCADA ETÍLICA Feito de alabastro e com iluminação embutida, o balcão mede 12 metros e acomoda 14 pessoas. Foto: Felipe Gombossy/Época SP
NEGRONI
MyNY Bar
MyNY Bar
Segundo a mitologia coqueteleira, o negroni foi criado por um certo conde Camillo Negroni, que em 1919, num café em Florença, resolveu incrementar seu americano (drinque bastante popular na época) com gim em vez de club soda. Desde abril deste ano, o MyNY Bar tem uma versão envelhecida em carvalho. A mistura de partes iguais de gim (Tanqueray), Campari e vermute doce (Martini Rosso) descansa por um mínimo de seis semanas em pequenos barris atrás do balcão, e adquire assim um toque amadeirado. Antes de servir, o bartender Marcelo Serrano mexe a bebida por dez segundos, com um grande cubo de gelo, e espreme uma tira de casca de laranja na borda e no interior do copo. O resultado é um negroni suave (R$ 26), em que o amargor do Campari e a intensidade licorosa do vermute se equilibram bem com o sabor aromático e a potência do gim. R. Pedroso Alvarenga, 1.285, Itaim Bibi, tel. 3071-1166, mynybar.com.br
COXINHA
Veloso
Veloso
Frangó ou Veloso? Veloso ou Frangó? Há anos, boêmios paulistanos e apreciadores da baixa gastronomia em geral debatem: qual desses bares tem a melhor coxinha da cidade? Para desempatar de vez a questão, testamos ambos os petiscos em sequência, numa mesma noite. Desse périplo entre Freguesia do Ó e Vila Mariana constatou-se que há uma dicotomia entre os dois salgados: a coxinha do Frangó está para o amor assim como a do Veloso está para o sexo. A primeira lembra uma moça recatada, metódica, que esconde o objeto do desejo alheio sob uma grossa e cremosa camada de Catupiry – o queijo e a massa, com consistência de purê, envolvem generosamente o frango picadinho e acabam ofuscando o seu suave sabor. Já a coxinha do Veloso se mostra desinibida desde o começo. É um tiquinho mais oleosa do que a outra, esfarela nitidamente na mão e tem a crosta um pouco menos rígida, embora não chegue a ser molenga. A diferença crucial desponta na primeira dentada, que revela um abundante recheio no qual o frango desfiado e o Catupiry se fundem num só creme. Faz uma pequena lambança, no bom sentido. E não enrola para vir da cozinha: do pedido à mesa (ou melhor, ao balcão), passaram-se menos de quatro minutos, mesmo com o boteco lotado. Toda semana saem 6 mil unidades (R$ 3,50 cada uma; a porção com seis custa R$ 18). R. Conceição Veloso, 56, Vila Mariana, tel. 5572-0254, velosobar.com.br
PARA AGITAR
Gràcia Lounge Bar
Gràcia Lounge Bar
Nos fins de semana, os desavisados que passam por volta de meia-noite pela Rua Coropés, em Pinheiros, correm o risco de levar um susto. Nesse horário, uma multidão de rapazes de camisa polo e moças de salto alto se espreme no entorno do imóvel na esquina com a Rua Cunha Gago. O movimento é tal que às vezes chega a atrapalhar o trânsito. Curioso que antes da abertura do Gràcia Lounge Bar, em janeiro, o endereço abrigou uma sequência de bares e restaurantes que faliram por falta de fregueses. O sucesso pode ser atribuído à decisão de imprimir ao local um conceito de balada (os donos são sócios das casas noturnas Museum, Kiss & Fly, Disco e The Box). À decoração vagamente inspirada no distrito de Gràcia, em Barcelona, soma-se uma programação musical com forte pegada eletrônica. De quarta a domingo, a partir de 22h, o DJ residente dispara batidas de soulful house (subgênero mais melódico do house, com elementos de soul) no abarrotado salão principal – que abriga ainda o balcão, aonde clientes e garçons vão em busca de bebidas. A disposição dos ambientes favorece o clima de pegação. Na varanda, delimitada por um cercadinho na calçada, a música em volume mais baixo propicia uma primeira abordagem. Ali, transitar é quase impossível: a área aberta concentra a maior parte das 400 pessoas que frequentam a casa por noite, de quinta a sábado. O mezanino oferece algum sossego, com iluminação baixa e sofás aconchegantes. Casais e pequenos grupos de amigos ocupam as mesas para petiscar. Como a cozinha fica ao pé da escada (e há menos gente impedindo a circulação dos garçons), os pedidos chegam com mais rapidez. Entre as opções de tapas, o pinxo de gambetes i calamars al ajillo (R$ 29) traz oito espetinhos de camarão e lula, temperados com alho e servidos com vinagrete. O extenso menu lista 54 drinques e 22 sangrias, mas o chope Itaipava (R$ 5,20) prevalece na preferência do público. R. Coropés, 87, Pinheiros, tel. 2306-5478,graciabar.com.br
É o melhor porque
A trilha sonora baladeira e a quantidade de solteiros por metro quadrado potencializam a azaração
A trilha sonora baladeira e a quantidade de solteiros por metro quadrado potencializam a azaração

NOITES QUENTES Entre o salão, o mezanino e a calçada, cerca de 400 moças e rapazes circulam de quinta a sábado. Foto: Codo Meletti/Época SP
Escolha do leitor
SONIQUE
SONIQUE
Molduras de neón no teto e trilha sonora eletrônica (house, techno, minimal, indie rock) dão cara de balada ao lugar, com um extenso cardápio de drinques e petiscos. R. Bela Cintra, 461, Consolação, 2628-8707,soniquebar.com.br
PARA ASSISTIR A JOGOS DE FUTEBOL
São Cristóvão
São Cristóvão
Aberto oito anos antes do Museu do Futebol, o São Cristóvão guarda uma coleção de 3 mil objetos relacionados ao esporte, entre fotos, flâmulas e outros tesouros sentimentais. Torcedores em primeira visita ao boteco costumam levar um tempinho admirando o acervo, com um olhar embevecido. Nas noites de quarta, quando a Vila Madalena fica ainda mais cheia por conta da rodada de meio de semana, a casa atrai uma pequena romaria de boleiros boêmios. São 120 lugares e três televisores: dois de LCD, com 42 polegadas, e um de 29 polegadas. Na mesma Rua Aspicuelta existem bares com TVs bem maiores – há um telão de 6 por 8 metros em frente ao Posto 6, perto dali. Mas a maioria dos clientes nem dá bola, como se o jogo fizesse parte da paisagem, enquanto no São Cristóvão nota-se um “clima de arquibancada” no ar. A visita mais recente foi na noite daquele emocionante Santos x Flamengo, vencido pelos cariocas por 5 a 4. Entre incentivos e provocações mútuas (tudo na paz), os santistas ocupavam o salão e os rubro-negros dominavam a varanda, todos ligados em cada lance de Neymar e Ronaldinho Gaúcho. Após o apito final, resta aos derrotados o consolo das fotos nas paredes, com recordações de dias melhores do seu clube – seja qual for. R. Aspicuelta, 533, Vila Madalena, tel. 3097-9904.
BRUSCHETTA
Adega Santiago
Adega Santiago
Se você procurar por bruschettas no cardápio da Adega Santiago, não vai encontrar. Aqui elas se chamam tostadas, como na Espanha. Uma cabeça de alho é esfregada no pão rústico, cortado em fatias de 20 centímetros de diâmetro e um dedo e meio de espessura, que ganham um fio de azeite por cima. As rodelas, então, seguem para a borda do forno a lenha, onde permanecem por no máximo 90 segundos, só o tempo suficiente para tostarem. Ao sair do forno, recebem uma camada de cobertura, generosa na medida certa para não desmontar na primeira mordida. Dependendo do caso, as fatias voltam ao forno ou vão direto à mesa do cliente. São nove combinações – sempre com duas rodelas, cada uma repartida em quatro pedaços menores. A mais criativa leva presunto cru, figo assado e um toque de balsâmico (R$ 20) e surpreende pelo sabor agridoce e pela diferença de temperatura dos ingredientes. Merecem atenção também as tostadas de tomate – quase em ponto de molho – recoberto com queijo de cabra e orégano (R$ 18) e as de fundo de alcachofra, parmesão e pesto de salsinha (R$ 25). R. Sampaio Vidal, 1.072, Pinheiros, tel. 3081-5211,adegasantiago.com.br
PARA CASAIS
Madeleine
Madeleine
“Uma mesa pra dois, por favor.” A solicitação está na ponta da língua de quem chega ao Madeleine, situado em um trecho tranquilo da agitada Rua Aspicuelta, na Vila Madalena. Paredes de tijolo e materiais de demolição compõem o ambiente rústico aconchegante. A iluminação tênue é reforçada por velas nas mesas do salão e do mezanino. De segunda a sábado rolam shows de jazz, blues e MPB – e se o som estiver interferindo na conversa, casais podem se refugiar na adega, num piso inferior, mais sossegado. O menu inclui 12 pizzas de massa crocante e formato oval, servidas sobre uma tábua de madeira; uma delas leva cobertura de champignon, presunto cru, camembert de cabra, radicchio, aspargos e uvas-passas (R$ 49). A lista de bebidas traz 75 rótulos de vinho e drinques como o água de beber (R$ 21): batizado com o nome da canção de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, é uma refrescante mistura de uísque, cerveja, suco de limão e açúcar de gengibre no copo longo, com gelo. De sobremesa, tem brulée de milho verde (R$ 14). R. Aspicuelta, 201, Vila Madalena, tel. 2936-0616, madeleine.com.br
BAR NOVO
Divine Wine Bar
Divine Wine Bar
Um wine bar com atmosfera de speakeasy. Eis uma definição sob medida para o Divine Wine Bar, aberto em abril no Jardim Paulista. Um segurança guarda a discreta entrada da casa. Quando a porta antirruído se abre, o visitante é tomado pelo burburinho que vem do salão, dez degraus abaixo do nível da rua, e pelo set list descolado, com funk e disco music em alto e bom som. Do topo da escada avista-se, no alto à direita, a bela adega suspensa no mezanino, com parede de vidro, temperatura em 15,5 ºC e capacidade para 400 garrafas. Ela foi inspirada na adega do Chai 33, em Paris, uma das influências que Ricardo Melo buscou para a montagem do bar (outras fontes foram o Inoteca e o Xai Xai, em Nova York; o Gordon’s, em Londres; e o Aux Quatre Coins du Vin, em Bordeaux). Nascido no Recife, ele viveu em Los Angeles e San Francisco de 1996 a 2003, antes de se mudar para São Paulo. Pegou gosto pelos vinhos na Califórnia, em visitas com amigos a regiões produtoras como Sonoma e Napa Valley. A decoração do Divine ficou por conta da sócia Cristina Tavares. O espaço tem uma parede de pedras, outra de tijolos e um balcão revestido de cobre. Sofás de veludo, mesinhas de centro com tampo espelhado e garrafas convertidas em arandelas completam o ambiente, que comporta 60 pessoas, parte delas em pé. A animada clientela costuma rodear a máquina italiana Enomatic, que serve vinho em doses de 25, 75 e 160 mililitros (oito rótulos se revezam no aparelho). Para usá-la, basta inserir um cartão magnético, à venda no caixa e carregado com créditos que variam de R$ 30 a R$ 200. Entre os cerca de 100 rótulos da carta constam o tinto sul-africano Ken Forrester Petit Pinotage 2009 (R$ 98); o branco neozelandês Grove Mill Riesling 2007 (R$ 128); o francês de sobremesa Château du Levant Sauternes 2006 (R$ 132); e o espumante gaúcho Valmarino & Churchill 2009 (R$ 90). Há ainda 12 a 15 opções de vinho em taça (R$ 18 a R$ 33) e dois coquetéis à base de espumante (o bellini de pera sai por R$ 30 e leva também Poire Williams, néctar de pera e limão siciliano). O menu traz sugestões delicadas para petiscar. A tábua de queijos (R$ 48) inclui roquefort, pecorino, gouda, taleggio e chabichou – os dois últimos de fabricação mineira, feitos na Serra das Antas e em Bueno Brandão, respectivamente. O pedido dá direito a um acompanhamento à escolha: compota de figo seco ou tapenade de azeitonas pretas, por exemplo. Al. Jaú, 1.844 C, Jardim Paulista, tel. 3063-3961, divinewinebar.com.br
É o melhor porque
Dá uma cara descolada ao conceito de wine bar, com boa oferta de vinhos em taça e ótimos queijos
Dá uma cara descolada ao conceito de wine bar, com boa oferta de vinhos em taça e ótimos queijos
Escolha do leitor
CERVEJARIA Ô FIO
CERVEJARIA Ô FIO
Aberto no segundo semestre de 2010, o bar ajudou a turbinar o circuito boêmio do Jardim Guedala. Tem mesas em um jardim de atmosfera tropical e mais de 200 rótulos de cerveja no cardápio. R. Lício Marcondes do Amaral, 51, Jardim Guedala, tel. 3721-6636, cervejariaofio.com.br

CAVERNA DOS VINHOS Dez degraus abaixo do nível da rua, o salão tem parede de pedras e uma adega para 400 garrafas. Foto: Codo Meletti/Época SP
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